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Desembargador Carlos Augusto Hoffmann

DESEMBARGADOR CARLOS AUGUSTO HOFFMANN Por Desembargador Robson Marques Cury   16/12/2021   Atualizado há 759 dias Carlos Augusto Hoffmann, filho de Hermann Hoffmann e Francisca Kupski Hoffmann, nasceu em Jacarezinho (PR) no dia 14 de julho de 1940. Casado com Dulce Maria P. Hoffmann. Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Paraná em 1964.  Em 1966 foi nomeado promotor substituto e exerceu as atividades nas comarcas de Apucarana, Londrina, Uraí, Primeiro de Maio, Sertanópolis e Ibiporã. Por merecimento, foi promovido ao cargo de promotor de 1ª entrância da comarca de Rebouças e Piraí do Sul.  Em 1968 foi novamente promovido ao cargo de promotor público da comarca de Terra Rica e União da Vitória e em 1977 foi promovido a comarca de Curitiba ao cargo de promotor de justiça. Em 1980 foi promovido por merecimento ao cargo de procurador de justiça e de 1973 a 1978 foi assessor do corregedor do Ministério Público.  Em 1996 prestou depoimento em audiovisual à comissão Memorial do Ministério Público do Paraná (You Tube)  Em 26 de junho de 1990 foi nomeado juiz do Tribunal de Alçada, da vaga do Quinto Constitucional destinada ao Ministério Público, exercendo suas atividades junto à 7ª Câmara Civil. No dia 24 de fevereiro de 1995, foi promovido a desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná, onde exerceu a corregedoria geral da justiça (biênio 2005/06) e a presidência (biênio 2009/10).  Aposentou-se, compulsoriamente, em 14 de julho de 2010. Ocupou o governo do estado, interinamente, no período de 7 a 13 de julho de 2010.  Eu o conheci em 1978 como Promotor de Justiça Auxiliar do Corregedor Geral do Ministério Público Henrique Chesneau Lenz César, quando eu exercia o cargo de Juiz Adjunto na Seção Judiciária de União da Vitória, e os recepcionei juntamente com o Juiz de Direito Clotário de Macedo Portugal Neto e o Juiz de Direito Renato Alves de Souza, e os correicionados Promotor de Justiça Roberto Brasil Pinheiro Machado e Promotor de Justiça Roberto Nelson Brasil Pompeo.  E nos tornamos colegas na magistratura quando em 1990 Carlos Augusto Hoffmann foi nomeado na vaga do quinto constitucional como Juiz do Tribunal de Alçada, e nossos caminhos seguiram entrelaçados, depois ambos promovidos ao cargo de Desembargador, ele ocupou os cargos de Corregedor Geral da Justiça e Presidente do Tribunal de Justiça e eu o cargo de Corregedor da Justiça.  Sempre muito respeitado pela seriedade e competência, recebeu de seus pares a elevada e difícil tarefa  de gerir os destinos do Poder Judiciário do Paraná, e desincumbiu-se desse mister com maestria.  Assíduo frequentador das missas dominicais na capela do Tribunal de Justiça, na inseparável companhia da querida e simpática esposa Dulce, por quem a minha esposa Maria Regina sempre teve muito apreço, aproveitávamos o final do culto para animadamente colocarmos em dia o retrospecto da semana, juntamente com o Desembargador Tadeu Marino Loyola Costa, o Desembargador Accácio Cambi, entre outros.  Por mim instados, agradeço aos seus três filhos varões que seguiram a carreira da magistratura, valorosos integrantes das esferas estadual e federal do Judiciário do Estado do Paraná, por prestarem relevantes depoimentos acerca da ímpar figura paterna, contribuindo para o indelével registro da imorredoura história, escrita com incansável labor diuturno, distribuindo justiça para a população paranaense.    “Por ocasião de determinada audiência de conciliação deparei-me com um advogado, já bastante idoso, que prontamente levantou-se quando adentrei ao recinto. Surpreso eu com tal conduta muito respeitosa, agradeci e iniciamos a solenidade.  Obtido acordo entre as partes, ao fim da audiência quando todos já estavam saindo, o senhor advogado pediu licença para fazer uma pergunta pessoal, ao que, curioso, assenti. Indagou-me se o Desembargador Hoffmann era meu parente, ao que respondi afirmativamente, respondendo-lhe que era seu filho mais velho. Novo pedido de licença e indagou-me se eu saberia dizer se o Desembargador era a pessoa conhecida como "Carlão", que residiu na Casa dos Estudantes de Curitiba, ao que novamente respondi positivamente.  Visivelmente feliz com a resposta, informou o senhor advogado que tinha sido amigo e "veterano" dele na referida residência de estudantes e que tinha muito apreço por ele pelo seu jeito simples e amistoso de ser. Disse que sentia satisfação e orgulho por ver a ascensão profissional do Carlão. Ao tocar de seu telefone celular, pediu escusas pelo ocorrido, desligou o aparelho, disse que gostaria de saber mais da trajetória do Carlão, mas que tinha conhecimento de que a pauta naquele dia estava demasiada longa e não queria de forma alguma ser o causador de atraso nos trabalhos.  Erguendo-se com dificuldade, pediu que eu transmitisse um forte abraço ao Carlão, que lembrasse ele dos saudosos momentos vividos na juventude com os antigos amigos. Despediu-se com a força de um aperto de mãos que sua idade era capaz e no andar devagar e cuidadoso próprio de sua condição, saiu da sala, não sem antes segurar a porta para as partes e advogados da audiência seguinte que adentravam já ao recinto.  Tal qual o advogado tenho muito orgulho de "Carlão" não só por sua trajetória pessoal, por ter alcançado degraus profissionais importantes no Ministério Público e na Magistratura, verdadeiro modelo a ser seguido, fonte de inspiração, mas principalmente porque "Carlão" sempre foi e ainda é uma excelente pessoa, amigo de todas as horas e pai dedicado”. (Marcel Hoffmann)   “Havia muito tempo que meu pai já não mais lecionava quando ingressei na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná em 1991, pouco mais de um ano após ele ter sido nomeado juiz do Tribunal de Alçada. Foi durante o bacharelado na mesma faculdade de direito que meu pai cursara décadas atrás que comecei a perceber a sólida reputação de homem bom e profissional talentoso que ele vinha construindo ano após ano. Antigos colegas seus de faculdade e de Ministério Público, professores da UFPR e toda a sorte de operadores jurídicos sempre abriam um largo sorriso logo após saber da minha sorte em ser seu filho.  Meu ingresso na magistratura do trabalho em 1997, mais de dois anos depois da promoção de meu pai a desembargador do Tribunal de Justiça, aumentou o contato com profissionais jurídicos e consolidou o que eu observava dentro de casa: independentemente das circunstâncias nas quais haviam tomado contato com meu pai, as pessoas lhe admiravam pela competência, simplicidade, serenidade e entrega ao serviço público. A ponto de advogados trabalhistas mais experimentados declararem que, não obstante o desinteresse inicial pela disciplina processo penal por ele ministrada tempos atrás, logo passaram a gostar da matéria, relembrando bons momentos da cátedra e reverenciando o ex-professor.   E assim é até hoje, mais de dez anos após a sua aposentadoria, quando ainda me vejo surpreso pelo fato de antigos colegas de faculdade, de cátedra, de promotoria e de magistratura me pedirem para saudar meu pai, dizendo, agora para meu sorriso de contentamento, da satisfação por conhecerem um homem bom, profissional talentoso”. (Fernando Hoffmann)    “Quando criança, nas tradicionais conversas entre amigos na escola, nas quais cada um diz qual é o trabalho de seu pai, respondi, ao ser questionado, que meu pai era Procurador de Justiça. E aí veio nova pergunta: e ele procura, procura, e nunca acha?  Na época de seu ingresso no Poder Judiciário tal mundo jurídico já era mais compreensível a mim. Ainda, porém, era difícil entender como tantos casos exigiam solução, como tantas discussões existiam, e como isso demandava tanta dedicação e trabalho, sendo eterna a lembrança das noites intensas de trabalho com pequena pausa para acompanhar as notícias noturnas na televisão.   Aprofundamento na área jurídica, assim como o meu ingresso no Poder Judiciário, revelaram que tais contextos, na verdade, comportavam reunião: tantos são os processos que jamais poderemos pensar que alcançamos Justiça plena. Na medida em que em um, ou em centenas, pudermos ofertar a melhor prestação jurisdicional possível, outros vários virão.  E, aí, nessa perspectiva, talvez o questionamento sobre nunca se encontrar a Justiça encontre a verdadeira resposta: essa será uma eterna caminhada. Tal contexto permite registrar o que aqui mais é relevante: o exemplo de integridade, dedicação e conhecimento que nosso pai sempre transmitiu durante tal trajeto, qualidades indispensáveis para quem integra o Poder Judiciário”. (Gustavo Hoffmann)    Por Desembargador Robson Marques Cury  
16/12/2024 (00:00)
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